sábado, 13 de dezembro de 2014

TRADIÇÕES DE NATAL

O tempo de Natal (Weihnachtzeit, em alemão) na Alemanha começa com o período de Advento, ao final do mês de novembro, no 4º domingo antes da festa.
Nessa época do ano, acontecem os conhecidos Weihnachtsmarkt, (Feiras de Natal), que encantam as noites frias de inverno no oeste europeu, e a maioria permanece até os dias 23 ou 24 de dezembro. É frequentemente um ponto de encontro entre amigos e familiares.
O Advento é o tempo que antecede o Natal, por isso, para os cristãos, é um tempo de preparação. Mesmo que alguns relatos históricos datam que as primeiras celebrações foram na Espanha, entre os séculos 3º e 4º, o advento é comemorado principalmente por alemães, com várias tradições e costumes, incluindo as Feiras de Natal, conhecidas no mundo inteiro.

Coroa de Advento

 

 

Geralmente feitas de ramos de pinheiros e fitas vermelhas, as coroas de advento são importantes símbolos da época natalina. Essas guirlandas possuem quatro velas que são acesas a cada domingo que antecede o natal.
A origem dessas coroas vem de uma tradição pagã europeia. Conta-se que, na escuridão do inverno, ao redor de folhas eram acesas velas que simbolizavam o "fogo do deus sol" com a esperança de que sua luz e seu calor voltassem. E para evangelizar as pessoas, os primeiros missionários aproveitaram a tradição, dando novo significado a esse costume.
Representa união, o amor de Deus e as velas lembram que Jesus é a luz do mundo.

Calendário de Advento

 

O Calendário de Advento (Adventskalender), também é um dos principais símbolos do advento alemão. São janelinhas com números de 1 a 24 (representando o 1º dia de dezembro até o dia 24 que é a véspera de natal), podendo ser de vários tamanhos, materiais, cores e temas. 
O Adventskalender surgiu na Alemanha como incentivo às crianças para, de forma gradativa, viver a grande expectativa do Natal. Diversas formas se desenvolveram através da História, como por exemplo: fazer uma tabela com 24 riscos e, apagando uma por dia, dar às crianças um sentido temporal de aproximação do Natal; a confecção de um quadro com 24 frases bíblicas, lendo-se e comentando uma por dia; a colocação diária de um fio de palha no presépio, preparando o berço de Jesus e assim por diante.

TRADIÇÕES NATALINAS

A Árvore de Natal



Árvores de NatalO uso de uma árvore como símbolo remonta desde o segundo milênio antes de cristo. Os Indo-europeus consideravam as árvores expressão de fertilidade, prestando-lhe culto. Por outro lado, a civilização Egípcia atribuía à tamareira o significado vida, representando os vários estágios da vida humana (árvore da vida). Esta era enfeitada com doces e frutas. Também os Gregos usavam as árvores como “intermediários” entre o céu e a terra, fazendo através delas, reverência aos deuses. Os Romanos costumavam enfeitar pinheiros com máscaras de Baco, o deus do vinho, para venerar o deus Saturno, que era o deus da agricultura, da justiça e da força. A festa era chamada de “Saturnália” e coincidia com o nosso Natal. Já na China, o pinheiro significa longevidade, enquanto no Japão simboliza imortalidade.
A primeira referência à árvore de Natal aparece no séc. XVI, na Alemanha (Straßburg), que é hoje território francês (Strasbourg), e conhecemos por Estrasburgo. As famílias de lá costumavam enfeitar os pinheiros, na época de Natal, com luzes, flores de papel colorido, doces e frutas. Esse costume foi-se espalhando primeiro por França (séc. XIX), Inglaterra (séc. XIX), Estados Unidos e, no séc. XX, tornou-se tradição em Espanha e na maior parte dos países da América Latina.
Também se conta que a origem da árvore de natal foi quando o sacerdote Martinho Lutero, também no séc. XVI, adornou uma árvore com luzes no dia de Natal, de modo a simbolizar o nascimento de Jesus, luz do mundo.
No início, a Igreja Cristã negou-se a adotar esta tradição pagã. O pinheiro de Natal só passou a fazer parte das decorações natalícias nos lares cristãos há cerca de 100 anos. Quando os missionários adotaram o costume da árvore de Natal, escolheram o abeto, de forma triangular, para representar a Santíssima trindade, de modo a apagar a simbologia pagã associada.
Segundo a tradição alemã, ao decorar árvore de Natal, deveremos incluir doze adornos, de modo a garantir a felicidade desse lar, que passamos a nomear:
- Uma casa, que significa proteção;
- Um coelho, que significa esperança;
- Uma chávena, que significa hospitalidade;
- Um pássaro, que significa alegria;
- Uma rosa, que significa afeto;
- Um cesto de frutas, que significa generosidade;
- Um peixe, que significa a bênção de Cristo;
- Uma pinha, que significa abundância;
- Um Papai Noel, que significa generosidade;
- Um cesto de flores, que significa bons desejos;
- Um coração, que significa amor;
- Luz, que significa a vida (Cristo).
Hoje em dia encontramos a árvore de Natal em quase todas as casas, quer se trate de famílias cristãs ou não, como elemento decorativo da época de Natal.

segunda-feira, 23 de junho de 2014

OS ALEMÃES E O FUTEBOL NO RS



Na Alemanha, segundo Allen Gutmann (1994), no contexto de acirrado nacionalismo do final do século XIX, as elites mantiveram-se inicialmente imunes à adoção do futebol, preferindo oficialmente a ginástica e as modalidades tomadas como patrióticas, supostamente menos competitivas e mais "pedagógicas". Entretanto, fora das escolas o futebol foi rapidamente assimilado a partir de 1890, gerando clubes e mais tarde ligas regionais. Finalmente, funda-se em 1900 a liga nacional, a Deutscher Fussball-Bund. O caráter de adoção lenta, se comparada a países como França e Itália, contou entretanto com ingrediente característico: a ampla e decisiva adesão das classes trabalhadoras (Guttmann, 1994:47-9). Na primeira década do século XX o futebol encontra-se amplamente "nacionalizado" e assimilado na Alemanha, o que facilita sua adoção por parte da colônia germânica no Brasil.

Com efeito, para o êxito verificado na introdução do futebol no RS acredita-se que os alemães estabeleceram algumas bases fundamentais, a exemplo aliás do que se pode verificar em diversas outras localidades, como Curitiba, São Paulo e Montevideo. Em se tratando de uma inovação comportamental sujeita a alto índice de rejeição na sociedade brasileira na virada para o século XX, os alemães cumpriram o papel de preparar o "terreno" para a sua fácil assimilação e aceitação.

O S.C. Rio Grande, o primeiro clube de futebol criado no RS, contou com participação majoritária e decisiva de alemães, pois foi um hamburguês chamado Minnemann seu principal articulador e eram de origem germânica a grande maioria dos sobrenomes dos fundadores do clube. Sabemos que a cidade de Rio Grande era foco de atração de comerciantes alemães enriquecidos nos circuitos coloniais. Segundo Mulhall (1974:48), ingleses e alemães dominavam o comércio principal da cidade já em 1871, e o setor industrial também foi alvo dos capitais germânicos acumulados na expropriação do pequeno produtor da zona colonial. No final do século XIX, os alemães em Rio Grande representam um percentual insignificante da população urbana, mas são dominantes no comércio de importação e no setor fabril (têxtil, chapéu, charutos etc), configurando assim um segmento muito influente na cidade (Roche, 1969:192).

E o SC Rio Grande nasceu justamente a partir do "Tiro Alemão" e do Clube Germânia, conforme se nota a seguir:

"Foi por uma nota redigida em alemão que os moradores de Rio Grande, pelo menos os da colônia germânica, souberam da existência daquele esporte novo, em que 22 homens tentavam chutar uma bola de couro. Assinado pelo alemão Johannes Minnemann, o convite anunciava que haveria um jogo de futebol às 9h30min do dia 14 de julho de 1900, no campo do Clube de Tiro Alemão. Havia ainda um aviso: após a partida seria discutida a criação de um clube em Rio Grande".
A vinda do futebol ao RS também tem, obviamente, relação com a presença de ingleses. Eram eles os principais importadores dos produtos das charqueadas platinas (Haesbaert e Moreira, 1980:84), e sobrenomes como Lawson, Mackenzie e Robinson circulavam com prestígio na Câmara do Comércio em Rio Grande. Esta pequena colônia inglesa, que por tradição sabemos fechada a influências culturais locais, reunia-se periodicamente, no estilo club, para suas típicas diversões e encontros sociais, incluindo-se o futebol na última década do século XIX. Em suma, os ingleses trouxeram a inovação (a informação, as regras e os equipamentos), e os alemães se empenharam na fundação do clube pioneiro, particularmente nas figuras de Johannes Christian Moritz Minnemann e Richard Völkers. Miguel Ramos (2000) sugere que nos primeiros anos do clube os ingleses garantiam a importação de bolas, uniformes e outros apetrechos enquanto os alemães ofereciam a sede social, o maior número de sócios (não por acaso as atas eram redigidas em alemão) e a perspectiva de expansão através da abertura gradual à participação de outras etnias, atitude aparentemente incomum entre ingleses.
Na capital, vemos a fundação do Grêmio Foot Ball Porto Alegrense no mesmo dia, 15 de setembro de 1903, que era criado o Fuss-Ball Club de Porto Alegre. Ambos amplamente dominados pela presença germânica. O Fuss-Ball ("futebol" em alemão), conforme já dito anteriormente, foi fundado por membros da Rodforvier Verein Blitz, e era completamente fechado à participação de indivíduos externos à esta comunidade. O Grêmio FBPA, por sua vez, se apresentava como uma espécie de clube alemão sem restrições absolutas a elementos alheios àquela comunidade, pois dentre os seus 23 fundadores, havia quatro nomes não-germânicos (Coimbra e Pinto, 1994; Pires, 1967). Trata-se da reprodução, no âmbito particular do futebol, de uma situação que se generalizava na vida social da Porto Alegre de então, a "cidade dos alemães".

terça-feira, 27 de maio de 2014

segunda-feira, 26 de maio de 2014

terça-feira, 29 de abril de 2014

Festa das Rosas


Festa das Rosas



Nos arquivos do Museu Municipal de Sapiranga, encontramos duas citações quanto à origem da denominação que nossa cidade recebeu: "Sapiranga - Cidade das Rosas".
A primeira referência aparece numa pesquisa feita pelo repórter Caubi Silva. Na Biblioteca Municipal e outras fontes, quando verificou que a idéia partiu do professor e jornalista Moniz Pacheco, comprovada por um artigo de sua autoria, na edição nº 139, de24/12/60, de "O Ferrabraz",cujo teor é o seguinte: "Sapiranga também tem motivos encantadores para constituir o seu brasão e nós indicamos aqui aspectos marcantes da evolução histórica, econômica e social de nossa cidade". Nosso emblema seria dividido em quatro partes, apresentando os seguintes símbolos: perfil do Morro Ferrabraz, indicativo de sua localização; figura do agricultor com a tradicional enxada, representando a sua primeira fonte de riqueza; chaminé, característica do seu atual desenvolvimento industrial e finalmente, um ramo de rosinhas dos canteiros da cidade.
Como Legenda, chamaríamos Sapiranga a "Cidade das Rosas", rosas que embelezam os canteiros das ruas e os jardins da cidade; rosas que simbolizam o espiritualismo e o sentimento estético dos sapiranguenses; rosas que transformam em festa perene toda a cidade, acenando, com o seu perfume e na policromia das suas pétalas como um gesto carinhoso e hospitaleiro para o visitante.
Fica aí a sugestão. Com votos de que saibamos aproveitar o que temos de mais preciosos, de mais enternecedor. ("M.P.)"
A segunda, e a mais divulgada, é aquela que atribui a Osvaldo Goidanich (primeiro Diretor do Serviço Estadual de Turismo do Estado), que em 1964, quando em visita à nossa cidade, surpreendeu-se com grande número de rosas que eram cultivadas pelas famílias sapiranguenses e sugeriu que Sapiranga fosse chamada de "Cidade das Rosas"
Neste mesmo ano, a administração, liderada pelo prefeito Oscar Balduíno Petry, aceitando a sugestão, iniciou o cultivo de rosas através de vários viveiros. Foram feitos canteiros nas vias públicas, criando praças exclusivas para rosas. Neste período, o Lions realizou palestras em escolas e entidades da comunidade, solicitando a colaboração da população para o devido cuidado das rosas.
A Festa das Rosas foi oficializada pela Lei Municipal de 04/11/64, passando a ser realizada no terceiro domingo de novembro nos anos ímpares. 
Na primeira edição da festa não houve escolha da rainha, somente no ano de posterior onde o critério era a venda de votos, cuja soma total era revelada durante o baile. Nos concursos seguintes , a escolha da rainha e suas princesas foi feitas por um corpo de jurados. 
A festa contava ainda com atividades como o concurso de jardins e buquês, desfile de carros alegóricos, exposição industrial no Palácio de Esportes com os principais produtos e indústrias do município, apresentação de corais, bandas marciais, desfiles de escolas, atividades esportivas, corrida de bicicleta, gincanas e shows artísticos variados. Inicialmente, a festa foi realizada anualmente. A partir de 1970, passou a acontecer de dois em dois anos. O local do baile era o Clube 19 de Julho e o da exposição era o Palácio de Esportes. Mais tarde a festa ocorreu ao ar livre, no Parque do Imigrante. Entre os aspectos que se fizeram presentes, podemos destacar em todos os eventos a confiança, a colaboração da comunidade, que não medem esforços para a realização da festa.
Até 1986, a Festa das Rosas realizou-se regularmente. A partir desse ano, tivemos 11 anos sem a realização da mesma.
Em 1997, resgatando valores da nossa comunidade, a Festa das Rosas voltou a acontecer no Parque Municipal do Imigrante, que contou com uma ampla rede gastronômica, apresentações artísticas, exposição industrial, cultural e esportiva.

Museu Municipal


Museu Municipal

Construído para sediar a Estação Ferroviária em 1903, é a sede do museu desde 1996. As peças contam a história da viação férrea e da colonização alemã. Partindo do slogan "Museu é Vida", ele registra e resgata os vários aspectos da cultura. Arquivo fotográfico, Museu itinerante, projeto Memória Oral, Reconstruindo nossa História, exposições de diversos temas. Localiza-se na Av. 20 de Setembro, 3675 - Informações fone: (51) 3559-4751

Pontos turísticos - Colônia de Jacobina



Colônia de Jacobina


A propriedade serviu como locação para o filme "A Paixão de Jacobina". Possui uma casa em estilo enxaimel, com mais de cem anos e reproduções dos personagens do filme, um galpão onde foi filmada a cena final e a trilha das Três Quedas com acesso a cascatas onde se pode tomar banho. Zona Rural - Picada Schneider - Fone: 3599-2768 / 96719370

Pontos turísticos - Estátua e Cruz


Estátua Coronel Genuíno Sampaio




Estátua erguida por colonos próximos à residência de Jacobina. Em 1874, nesse local, travaram-se duas batalhas entre soldados do Coronel Genuíno Sampaio e o grupo de Jacobina.
 Cruz da Jacobina



Neste local, Jacobina e alguns do seu grupo se abrigaram para fugir do confronto com seus perseguidores. A cruz foi colocada no início do século XX, depois da visita de um dos remanescentes do confronto. Acredita-se que neste local Jacobina tenha sido assassinada. 

Pontos turísticos de Sapiranga - Casa Tombada


Casa Tombada



A casa construída em 1845 pelo imigrante alemão Johan Schmidt, permanece até hoje, constituindo-se numa das casas mais antigas de Sapiranga. De estilo enxaimel, a casa foi erguida com paredes feitas com barro socado, amontoando-se certas porções até completá-las. Postes, linhas, barrotes e caibros, com encaixes feitos a martelo e talhadeira e fixados com tacos de madeira formavam a estrutura da residência. O telhado era feito de tabuinhas engatadas em ripas. Mais tarde, quando apodreciam, eram trocadas por telhas de folhas de zinco ou telhas de barro.(A casa tombada foi restaurada).

Pontos turísticos de Sapiranga - Caminhos de Jacobina


Caminhos de Jacobina




Sapiranga é um espaço atraente, procurado por muitas pessoas que desejam manter o contato com a natureza próximo dos centros urbanos e visitar o roteiro Caminhos de Jacobina. Este roteiro pode ajudar você a conhecer mais o episódio dos Mucker.

Pontos turísticos de Sapiranga - Morro Ferrabraz


Morro Ferrabraz





"Vôo Livre": A adrenalina que o Morro Ferrabraz proporciona aos inúmeros visitantes tem uma explicação. É que os 779 metros de altura garantem uma vista privilegiada da cidade e dos municípios vizinhos, podendo, inclusive, identificar no horizonte as construções e luzes de Porto Alegre. Como se não bastasse, o local é frequentado por pilotos de todo o Brasil, e até mesmo do exterior, em busca de boas térmicas para a prática do voo livre. Inúmeras asas deltas e paraglaiders decolam do pico do morro em busca da sensação de estar voando, mesmo com asas artificiais.

A emoção também aumenta por conta dos campeonatos de Down hill (descida de bicicleta do morro em cerca de 5 minutos), mountain bike e motocross que ocorrem no local. As trilhas ecológicas, cascatas escondidas e outros pontos a serem descobertos completam a diversidade de atividades a serem realizadas no morro. Muitos ainda acreditam que o local só foi totalmente desbravado pelos Mucker, que viveram lá no século passado. É por estes motivos que o Morro Ferrabraz é considerado um dos principais atrativos de Sapiranga.

Como prática do voo livre, o morro é tradicionalmente o ponto onde se consagram os melhores pilotos de asa delta.

A Colônia de São Leopoldo


Falsas Promessas aos Imigrantes Alemães



Atraídos por falsas promessas do Império brasileiro, os alemães criaram, à sua maneira, um ambiente propício para se desenvolverem no país.
A história da imigração alemã para o Brasil começou em 1822, quando o major Jorge Antonio Schaffer foi enviado por Dom Pedro I para a corte de Viena e demais cortes alemãs com o objetivo de angariar colonos. Outro motivo era conseguir soldados para o Corpo de Estrangeiros, situado no Rio de Janeiro. “Ao proclamar a independência do Brasil, Dom Pedro deparou com o seguinte problema: a falta de defesa da capital, o Rio de Janeiro, já que Portugal tinha levado embora todos os soldados”, conta o historiador Telmo Lauro Müller, diretor do Museu da Imigração, em São Leopoldo, e um dos grandes conhecedores da história da imigração alemã para o Brasil.
Müller diz que outra preocupação que havia na época era evitar que mais escravos fossem trazidos ao país, pois o número destes já se igualava ao de não-escravos, podendo representar perigo para o status quo.
Dom Pedro preocupava-se em povoar o Rio Grande do Sul com pessoas que soubessem trabalhar na terra.
Em seus primeiros anos de trabalho, Schaffer convocou principalmente soldados e alguns colonos; mas, à medida que o Império brasileiro foi estabilizando-se, passou, efetivamente, a se preocupar em trazer mais colonos. Para isso, anunciava aos interessados que, aqui, eles receberiam 50 hectares de terra, juntamente com vacas, bois e cavalos; auxílio de um franco por pessoa no primeiro ano e de cinqüenta cêntimos no segundo; isenção de impostos e serviços nos primeiros dez anos; liberação do serviço militar; nacionalização imediata; e liberdade de culto.
Daquilo que foi oferecido, ao menos a primeira promessa superou as expectativas: em vez de 50, os colonos receberam, no início, 77 hectares. Já as duas últimas nunca poderiam ser cumpridas, pois contrariavam a Constituição brasileira. “Os imigrantes trouxeram uma nova língua, uma nova cultura, uma nova economia e uma nova religião, a evangélica luterana”, diz Müller. “A promessa de liberdade religiosa foi quebrada, mas a Constituição imperial, em seu artigo quinto, dizia que outras religiões seriam toleradas, desde que praticadas em casas que não tivessem aparência de templo, ou seja, não podiam ter cruzes, sinos ou algo que as caracterizasse como igrejas. Então, eles se reuniam em galpões”, conta.
Das outras promessas, algumas também não foram cumpridas integralmente. Mas o que interessava realmente aos colonos era a posse da terra, e isso, ao menos, eles obtiveram, ainda que à custa de grandes sacrifícios.
“As viagens para o Brasil eram verdadeiras tragédias. Quando eram muito boas, duravam dois meses. Mas muita gente viajou três, quatro meses ou até mais”, conta Müller. O historiador esclarece que os primeiros imigrantes desembarcaram no Rio de Janeiro e foram recebidos pelo casal imperial, já que Leopoldina era uma princesa germânica, filha de Francisco II, último imperador do Sacro-império Romano Germânico, outro motivo para Dom Pedro ir buscar imigrantes naquela região.

segunda-feira, 28 de abril de 2014

Casa de Estilo Enxaimel

“O Enxaimel, ou Fachwerk (originário de “Fach” assim denominavam o espaço preenchido com material entrelaçado de uma parede feita de caibros), é uma técnica de construção que consiste em paredes montadas com hastes de madeira encaixadas entre si em posições horizontais, verticais ou inclinadas, cujos espaços são preenchidos geralmente por pedras ou tijolos. 

Os tirantes de madeira dão estilo e beleza às construções do gênero, produzindo um caráter estético privilegiado. Outras características são a robustez e a grande inclinação dos telhados. Na adaptação do enxaimel às características climáticas da região, foi necessária a implantação, por conta da elevada umidade local, de uma estrutura feita de pedra que sustenta as construções evitando que a madeira se molhe.

Casa em estilo enxaimel


As casas no chamado estilo enxaimel são uma das principais atrações turísticas em qualquer região de colonização alemã. Quando os primeiros alemães chegaram ao Brasil, a arquitetura enxaimel já não era utilizada havia muito tempo, mas foi considerada a mais adequada para as condições encontradas no Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
 

A construção enxaimel

 
Além de fortes, as casas eram baratas e de construção simples. Enxaimel quer dizer enchimento. Primeiro, era construído o esqueleto da casa, todo de toras grossas de madeira. Entre as vigas verticais eram colocadas as horizontais e, nas extremidades das paredes, algumas em ângulo, para evitar inclinação. Pronta a “caixa”, os espaços eram completados com materiais disponíveis de acordo com a região: no Rio Grande do Sul, há fechamentos com taipa, barro socado, tijolos maciços rebocados e até mesmo pedra grês cortadas. Em Santa Catarina, há maior ocorrência de tijolos maciços sem uso de reboco.

Localização das casas enxaimel


O Vale do Itajaí e o Norte do estado de Santa Catarina têm uma das maiores concentração deste modo construtivo na América. Os municípios de Indaial, Blumenau, Joinville, São Bento do Sul, Timbó e Pomerode têm número significativo de enxaiméis.

No Rio Grande do Sul, se destacam os municípios emancipados da antiga colônia alemã de São Leopoldo: Ivoti, Dois Irmãos, Picada Café, Santa Maria do Herval, Morro Reuter, Linha Nova, e ainda algumas localidades rurais de Nova Petrópolis e Gramado.”
Em Sapiranga temos alguns exemplos na zona rural da cidade e a Casa Tombada no bairro Centenário.



A lingua falada pelos imigrantes em Sapiranga e regiao

O Hunsrückisch ou Riograndenser Hunsrückisch ("hunsriqueano riograndense") é um dialeto alemão falado na região do Hunsrück no sudoeste da Alemanha e nos estados de Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná , no Brasil. Vale notar que existem vários dialetos similares em regiões vizinhas na Alemanha, do Mosel ao Franco-renâno.

Com a imigração alemã ao Brasil, no decorrer dos últimos 180 anos, o Hunsrückisch também veio a se estabelecer como uma língua regional sul-brasileira. Em vista das diferenças entre o dialeto falado na Europa e o que é praticado no sul do Brasil, em 1996, Cléo Altenhofen cunhou o termo Riograndenser Hunsrückisch. Obviamente a forma brasileira do dialeto foi muito influenciada pelas novas fauna, flora e pelo novo idioma nacional no qual foi inserida. Muito embora em menor escala, direta ou indiretamente, o hunsrückisch também foi influenciado por outros idiomas minoritários presentes a seu redor (i.e. italiano, em situações de convivência, mbyá-guaraní através do português, etc…). O fato de o hunsrückisch ter surgido numa região da fronteira da Alemanha com a França, ao se analisar cuidadosamente o seu vocabulário (por exemplo, palavras como pêssego, envelope, retorno), pode-se perceber que o dialeto sofreu influência também da língua francesa.

Não existem estatísticas precisas quanto ao número de pessoas que consideram o hunsrückisch sua língua materna ou que são fluentes ou mesmo que conseguem se comunicar nessa língua em algum grau de fluência, mas as estimativas estão na casa dos milhões. Note-se que a vasta maioria dos falantes do hunsrückisch no Brasil é fluente em português, devido a isso, em muitos casos,o hunsrückisch não costuma ser utilizado fora do lar ou fora de suas comunidades.

Para entender melhor a sonoriedade deste dialeto, confira este vídeo (abaixo) publicado no YouTube, do site hunsrik.org .

Pascoa e a tradiçao alema


Os alemães que cultivam a tradição colorem ovos cozidos, assam bolos especiais na Páscoa e fazem fogueiras em algumas regiões. A festa cristã se sobrepôs à que os germanos dedicavam à deusa da primavera. Na Alemanha, a tradição cristã da Páscoa como a festa da ressurreição de Cristo, em que a morte não é vista como o fim e sim como o recomeço de uma nova vida, está ligada a elementos da mitologia germânica. Segundo Jacob Grimm, um dos famosos irmãos Grimm, o próprio termo alemão, Ostern, deriva de Ostara, a deusa germânica da primavera. Uma procissão a cavalo   é tradição em Crostwitz, no leste da Alemanha, sendo cultivada há 450 anos pela minoria sórbia. Objetivo da cavalgada é proclamar a ressurreição de Cristo "A primeira das grandes festas germânicas da primavera, representando a vitória do sol aquecedor sobre as trevas e o frio do inverno, é Ostern. Segundo Jacob Grimm, um dos famosos irmãos Grimm, o próprio termo alemão, Ostern, deriva de Ostara, a deusa germânica da primavera. Ela somente foi equiparada à festa de ressurreição de Cristo pela Igreja na Idade Média", diz Grimm em seu livro sobre a mitologia germânica.